Se as compras online já vinham ganhando a adesão dos consumidores ao longo dos anos, esse movimento foi ainda mais impulsionado com o contexto de pandemia. Desde então, temos presenciado um crescimento nunca antes visto do e-commerce no Brasil.
Prova disso é que, em comparação com o período pré-pandemia, o e-commerce brasileiro teve um aumento de faturamento de 785% nos cinco primeiros meses de 2022, segundo um estudo da SmartHint.
E esse crescimento não mostra indícios de que vai parar. O relatório The Global Payments Report 2022 aponta que o e-commerce brasileiro terá um crescimento anual de 18% até 2025.
A seguir, confira os principais dados do e-commerce no Brasil. Assim, você poderá entender a evolução do comércio eletrônico no país e como aproveitar esse cenário para empreender!
Crescimento do e-commerce no Brasil
O e-commerce como nós o conhecemos se popularizou nos Estados Unidos durante os anos 1990, com o boom da internet. No Brasil, o comércio eletrônico surgiu no final da mesma década, mas começou a se consolidar somente a partir dos anos 2000.
Desde então, o e-commerce no país registrou um crescimento acelerado ao longo dos anos. Essa expansão foi ainda mais potencializada em 2020, com o cenário de pandemia que levou à adesão dos consumidores às compras online.
Aquele ano foi marcado por um total de 13,2 milhões de novos clientes digitais. Como resultado, o e-commerce brasileiro alcançou o faturamento recorde de R$ 81 bilhões, segundo a Ebit Nielsen.
Mesmo com a posterior liberação das medidas de isolamento social, esse crescimento não desacelerou. Afinal, os brasileiros tomaram gosto pela praticidade e agilidade das compras virtuais.
Dessa maneira, em 2021, o e-commerce no Brasil alcançou mais um marco histórico de faturamento, com um total de R$ 182,7 bilhões em vendas, também de acordo com a Ebit Nielsen.
Dados do e-commerce no Brasil
Quer se aprofundar mais no cenário atual do comércio eletrônico no país? Confira, então, os principais dados do e-commerce no Brasil!
Faturamento e volume de vendas
Como já adiantamos, o e-commerce brasileiro registrou um faturamento total de R$ 182,7 bilhões em 2021, segundo a Ebit Nielsen. O valor representa um recorde histórico do setor e marca um crescimento de 27% em relação ao ano anterior.
Ao todo, foram realizados 353 milhões de pedidos no comércio eletrônico ao longo do ano, 16,9% a mais que em 2020, de acordo com um relatório da Neotrust.
Número de consumidores online
A Ebit Nielsen calcula que, em 2021, 87,7 milhões de brasileiros fizeram alguma aquisição no e-commerce, sendo que 12,9 milhões deles foram new shoppers, ou seja, pessoas que fizeram sua primeira compra virtual.
O valor total de consumidores online representa um crescimento em relação ao ano anterior, seguindo uma tendência que tem sido observada desde o início da pandemia.
Por outro lado, o número de new shoppers teve uma pequena retração de um ano para o outro, mostrando o amadurecimento e consolidação do e-commerce no Brasil.
Valor médio das compras online
De acordo com a Neotrust, os consumidores online fizeram uma média de quase seis pedidos ao longo do ano, sendo que 15,5% realizaram pelo menos dez pedidos.
Complementando essa informação, o estudo da Ebit Nielsen revela que o valor médio gasto por pedido, ou seja, o ticket médio em 2021 foi de R$ 443,00, uma alta de 5% em comparação com o ano anterior.
Distinguindo os consumidores entre novos e recorrentes, observa-se que ambos os públicos tiveram um aumento do valor médio gasto. Porém, o ticket médio dos new shoppers se destaca, alcançando o valor de R$ 454,00, com uma alta de 9%.
Categorias de destaque
As categorias com o maior número de pedidos em 2021, conforme o levantamento da Neotrust, foram Moda, Beleza e Perfumaria, Saúde, Celulares e Utensílios Domésticos.
Já em relação ao faturamento, os segmentos de destaque foram Celulares, Eletrodomésticos, Eletrônicos, Informática e Moda.
Mesmo não aparecendo nesse ranking, ainda vale destacar a categoria de Alimentos e Bebidas, que obteve um crescimento expressivo de 107% de um ano para o outro, em relação ao número de pedidos — os dados são da Ebit Nielsen.
Perfil do consumidor do e-commerce brasileiro
Como você pode perceber, os brasileiros foram conquistados de vez pelo e-commerce. Mas qual é o perfil desse consumidor online?
O estudo da Neotrust traz alguns insights relevantes:
- as mulheres foram responsáveis por 58,9% dos pedidos feitos em 2021;
- os consumidores de 36 a 50 anos realizaram 34,5% das compras online;
- o Sudeste lidera o share de pedidos (62,3%) e de faturamento (57,9%), mas as regiões Nordeste e Sul também aumentaram sua participação em 3,5 p.p. no número de pedidos e 0,9 p.p. em faturamento.
Formas de pagamento mais utilizadas
Assim como em outros anos, o cartão de crédito foi a forma de pagamento mais utilizada no e-commerce brasileiro em 2021, com destaque para a modalidade parcelada.
Segundo a Neotrust, 67,37% das compras foram parceladas, sendo que a maioria dos consumidores (39,43%) preferiu parcelar entre 7 e 12 vezes. O cartão de crédito à vista, por sua vez, foi utilizado em 32,64% dos pedidos.
O Pix, modalidade de pagamento instantânea do Banco Central, também se destacou. Apesar de acumular apenas 2,3% dos pedidos em 2021, ele teve um crescimento significativo a partir do segundo semestre do ano, ultrapassando 4% do total em dezembro.
Valor do frete cobrado
Considerado um dos principais fatores que influenciam a decisão de compra online, o frete teve o seu valor reduzido em 2021. Segundo a Neotrust, o frete médio cobrado no comércio eletrônico brasileiro passou de R$ 33,10 para R$ 28,60.
A participação do frete grátis também aumentou, sendo que seis em cada dez compras feitas ao longo do ano contaram com esse benefício. Logo, foi uma estratégia promocional muito utilizada pelo varejo.
Futuro do comércio eletrônico
A essa altura do conteúdo, você pode estar se perguntando: com a retomada do varejo físico no cenário pós-pandemia, qual é o futuro do e-commerce?De fato, as compras presenciais estão voltando a ganhar espaço. Porém, isso não significa que é o fim do consumo online. Pelo contrário, a estabilização dos resultados do e-commerce prova que essa é uma tendência que veio para ficar.
No entanto, diante do retorno do comércio físico, é preciso encontrar formas de promover uma experiência mais fluida para o cliente. Nesse cenário, a grande solução é o varejo omnichannel, que integra todos os canais físicos e digitais de uma marca.
Um levantamento interno da Linx revela que as vendas omnichannel cresceram 20% no primeiro semestre de 2022, em comparação com o mesmo período do ano anterior.
Isso mostra que os consumidores estão buscando uma experiência cada vez mais integrada, sendo essencial para os empreendimentos digitais investir na omnicanalidade para impulsionar seus resultados nos próximos anos.
A partir dos dados que trouxemos sobre o e-commerce no Brasil, podemos perceber que o comércio eletrônico é um mercado em ampla expansão e com muitas oportunidades.
Porém, é fundamental ficar por dentro das principais novidades e tendências do setor, para adequar o seu negócio às demandas do público e ter um crescimento saudável a longo prazo.